quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As mais-valias dos programas de educação de adultos

Visionamento de portefólios dos adultos

Para Adama Ouane, Director do Instituto de Aprendizagem ao Longo da Vida da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), os programas de educação e formação de adultos devem ser uma preocupação de todos os governos.

Na situação actual em que as sociedades têm de enfrentar uma grave crise ao nível económico e social, em que o trabalho e o emprego são bens cada vez mais escassos, os programas de educação de adultos não podem ser encarados como uma forma de mascarar o desemprego, mas antes como um “remédio”.

O que nos é revelado pelas estatísticas é que há uma grande percentagem de jovens e de adultos que estão no mercado de trabalho e que não têm formação, sendo necessário que a educação deva acompanhar essas pessoas porque dela precisam.

Segundo ele, “as pessoas não precisam de aprender só para conseguir um trabalho, precisam de aprender continuamente para participar social e politicamente. Aprender a cidadania, a participação democrática e, tudo isto, envolve aprendizagem. Não é só ter mais capacidades para trabalhar”.

É opinião corrente que “um bom trabalho” é muito importante e requer muitas qualificações e competências que se vão adquirindo ao longo da vida. Para isso, é importante que todos possam ver reconhecidas, avaliadas e certificadas as suas competências. As pessoas devem ver reconhecido o seu valor e perceberem que têm a possibilidade de irem a um sítio onde se reconhece o que sabem e poderem voltar ao trabalho, onde isso é também reconhecido.

Duas gerações com os mesmos objectivos
Neste sentido, alerta para a necessidade de uma tomada de consciência de que “o que se aprende não é só para o trabalho, mas para a vida”. Reafirma que numa altura em que não há trabalho, precisamos de adquirir novas competências [muitas das quais] ainda nem sequer sabemos quais são.

Sendo assim, com as mutações que se têm vindo a verificar a todas os níveis, todos as pessoas “reconhecem que é necessário e que é preciso estar sempre a aprender”.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Oferta de Cursos EFA para 2010/2011


CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS (EFA)
Ano Lectivo 2010/2011



Nível Básico


Horário
Certificação escolar (B2) **
Certificação escolar (B3) *
Pós-laboral
Misto (Manhã, Tarde, Noite)
Electricista de Instalações (B3) **
Pós-laboral
Agente em Geriatria (B3) **
Pós-laboral
Nível Secundário


Horário
Certificação Escolar **
Misto (Manhã, Tarde, Noite)
Técnico/a de Acção Educativa **
Pós-laboral
Técnico/a de Apoio à Gestão **
Pós-laboral
Técnico/a de Óptica Ocular **
Pós-laboral
Técnico de Informática – Instalações e Gestão de Redes **
Pós-laboral

Apoios:

* Com financiamento (subsídio de transporte, subsídio de alimentação, material escolar)
** Sem financiamento (oferta de material escolar)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que a Educação de Adultos oferece aos participantes, na opinião dos próprios?


Júri de certificação do Processo de RVCC de nível básico

“Dá às pessoas um melhor lugar na sociedade, ao ensiná-las”. O que implica isso? Quando é que se ganha um melhor lugar na sociedade ou, por outras palavras, quando se melhora a respectiva inclusão social?

Maurice de Greef, Mien Segers e Dominique Verté levaram a cabo um estudo fenomenográfico em dois centros regionais de educação, nos Países Baixos, visando identificar os efeitos experimentados pelos participantes nas suas vidas graças à frequência de um dado curso. É um facto que as pessoas desejam ser aceites pela família, por amigos e pela sociedade. E procuram deixar a sua marca. É o que se chama “internalização”. Projectos na área do bem-estar mostram, no entanto, que o passo para a internalização nem sempre pode ser dado; é travado pela necessidade de uma prévia aquisição de competências e conhecimentos ou comportamentos de indispensável aplicação. Assim, a internalização fica dependente de uma “activação” por parte do adulto. Para além de se deixar uma marca própria e pessoal na sociedade, pode dar-se um outro passo em direcção à participação activa. São disso exemplos a participação em actividades locais, em actividades para um clube ou em actividades nas artes e cultura. De facto, a participação não é apenas um processo individual, pois a participação em actividades promove a interacção entre pessoas: é um processo de “conexão”.

A inclusão social como resultado da educação de adultos explica-se, assim, através de quatro processos desencadeados pelos participantes de qualquer curso, a saber:
- Activação (aprender para saber);
- Internalização (aprender para ser);
- Participação (aprender para fazer);
- Conexão (aprender para viver em comum).

Os quatro processos da inclusão social articulam-se com todos os contextos, nomeadamente de vida, criação dos filhos, educação, trabalho, tempos livres, ajuda e assistência. Por exemplo, os participantes têm mais contacto com os colegas no trabalho (conexão e trabalho), sentem-se mais em casa no seu próprio ambiente de vida (internalização e vida), vão ao médico com maior frequência sempre que é necessário (participação e ajuda / assistência) e comunicam melhor por meio do computador com outros familiares (activação e tempo livre).

Os efeitos da educação de adultos, segundo os próprios participantes são, na base das quatro categorias de inclusão social já referidas:
A. Activação
Os participantes são mais senhores de si dentro e fora de casa. Podem exprimir-se e dar opiniões, tanto oralmente como por escrito, em contextos particulares e de trabalho, passando a compreender melhor o que os outros lhes dizem. Conseguem ocupar-se bem da correspondência, tanto recebida como enviada (possivelmente também a electrónica). Podem planear as actividades diárias e manter-se em dia com a administração e as finanças (possivelmente com alguma ajuda).
B. Internalização
Os participantes podem ser eles próprios e sentem-se bem ao fazê-lo. Vivem de forma mais independente, são responsáveis pela gestão da casa e (se necessário e desejável) têm um emprego razoável e (provavelmente) criam os seus filhos. Podem expressar-se bem, de forma oral ou escrita, tanto em casa como no emprego e com os serviços oficiais (tais como as autarquias) e também com as crianças (e a escola). Podem fazer coisas fora de casa, lançar iniciativas e retirar prazer daquilo que empreendem.
C. Participação
Os participantes ocupam-se das suas próprias necessidades no quotidiano – fazer compras, tratar das questões financeiras e da correspondência com bancos, correios, etc. Podem também exprimir-se correctamente no seu relacionamento com serviços públicos, tais como a polícia ou a autarquia. Além disso, em caso de doença, sabem contactar as instituições adequadas, quer seja o clínico geral, o hospital ou a farmácia. Nos seus tempos livres, participam em eventos na sua área, por exemplo, actividades locais ou saídas ao restaurante.
D. Conexão
Os participantes mantêm contacto com familiares, amigos e conhecidos e estabelecem novos relacionamentos. Se necessário, utilizam transportes públicos ou os seus próprios veículos para o mesmo efeito. Têm boas relações com outros residentes da mesma área. Encontra-se com novas pessoas (se necessário e desejável), o que pode ser por vezes a consequência de prestarem informações ou de ajudarem os outros.

O estudo veio provar que a educação de adultos gera resultados concretos. Com efeito, o impacto da educação de adultos revela-se através dos resultados deste trabalho de investigação, resultados que se mostram extremamente elevados:
- 100% dos participantes passam a gerir melhor as coisas, dentro e fora de casa (activação);
- 93,75% sentem-se mais felizes e mais seguros (internalização);
- 34,38% envolvem-se em novas actividades (participação);
- 59,38% encontram-se com mais pessoas e têm mais relacionamentos (conexão).
Estudos anteriores na área da educação mostraram que apenas 10 a 20% do que se aprende é efectivamente aplicado. Os resultados da educação de adultos são muito mais elevados e mais positivos. É aqui crucial a experiência do sucesso, que pode ter um enorme efeito sobre cada pessoa. A educação de adultos pode significar um “aguaceiro positivo” para cada participante, capaz de varrer em enxurrada os problemas específicos do quotidiano, permitindo construir depois uma base frutífera para a mudança e a melhoria das condições diárias da existência.
Este estudo foi publicado em Agosto de 2010 pela Editora Elsevier, na série “Studies in Education Evaluation”, com o título “Development of the SIT, an instrument to evaluate the transfer effects of adult education programs for social inclusion”. Ver: http://www.citeulike.org/article/7588251

domingo, 14 de novembro de 2010

Cerimónia de Entrega de Diplomas - Novembro 2010 - Adultos Certificados

CEF e Decreto-Lei 357/2007


Curso EFA de nível básico

Processo de RVCC NB Grupo 18/2009

Curso EFA de nível secundário


Processo de RVCC NB 20/2009

Processo de RVCC NB Grupos 14 e 17/2009



Processo de RVCC NB Grupo 01/2010


Processo de RVCC NB Grupo 03/2010

Processo de RVCC Grupo 06/2010 NB e Grupo 03/2009 NS

Processo de RVCC NB Grupo 05/2009

Processo de RVCC NB Grupo 16/2009

Processo de RVCC NB Grupo 21/2009

Processo de RVCC NB Grupo 13 e 22/2009

Processo de RVCC NB Grupo 03 e 24/2009

Processo de RVCC Grupo 04/2010 NB e 02/2009 NS

Processo de RVCC NB Grupo 23/2009

Processo de RVCC NB Grupo 05 e 08/2010

Processo de RVCC NS Grupo 08/2008 e 01, 04, 05/2009

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Testemunho de Manuel Sousa, Processo de RVCC nível básico

Certificado pelo Processo de RVCC de nível básico
Quando abandonei a escola, não tinha noção da irresponsabilidade da minha atitude. Mais tarde, senti-me triste e até frustrado por ver os meus amigos seguirem carreiras profissionais ambiciosas e eu ficar calado a “vê-los passar” sem ter acesso a determinados empregos para os quais não tinha qualificação, porque já há muito que se exige o 9º ano para a maioria dos postos de trabalho.

Para mim, “o regresso à escola” foi um desafio. As razões que me levaram a inscrever neste Centro foram: o Reconhecimento, a Validação e a Certificação das minhas Competências. É como que um desafio pessoal às minhas capacidades face ao que é exigido diariamente pela sociedade. É também uma forma de poder mostrar os conhecimentos adquiridos com a experiência da vida, e mostrar que proveito tirei dessa mesma experiência. Ao mesmo tempo, é uma satisfação pessoal obter agora o meu certificado do 9º ano, o que para mim sempre foi muito importante.

Com a frequência do Processo de RVCC, eu aprendi a relacionar-me de novo em grupo e a colaborar com os outros, embora o meu trabalho seja muito individual. Passo dias e dias sozinho e, como tal, não estou habituado a trabalhar em grupo. Tive oportunidade de trabalhar em equipa, o que para mim foi muito interessante, na medida em que pude participar e dar a minha opinião sobre uma determinada matéria ou assunto.

Desenvolvi significativamente os meus conhecimentos sobre o uso do computador. Com o desenrolar do processo e da minha história de vida, ganhei mais destreza com o teclado e desenvolvi o conhecimento de múltiplas das suas funções. Aprendi a fazer gráficos, tabelas e também a utilizar algumas funcionalidades do Word. O que me dá mais prazer, são os programas dedicados à fotografia. Gosto de fazer Powerpoint’s e fotomontagens.

Tenho incentivado de múltiplas maneiras pessoas com quem convivo frequentemente a inscreverem-se num Centro Novas Oportunidades. Independentemente de serem familiares ou não. Tenho mesmo conseguido demover algumas pessoas da sua passividade e fazer com que se levantassem ou informassem sobre o funcionamento deste programa. Normalmente elas questionam-se acerca dos horários e outros aspectos relacionados com este sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências acabando depois por aderir.

Gosto de desafiar as pessoas a provarem que realmente aprenderam muito nos bancos da escola e ao longo da vida. Procuro salientar que nós, diariamente, evidenciamos esses conhecimentos de uma forma natural, os quais se revelam importantes para a sociedade e, como tal, podem ser formalmente reconhecidos pela mesma.

Vou continuar a apostar na minha formação futura. Para isso iniciei o processo de RVCC do nível secundário. Estou consciente das dificuldades, mas também estou consciente das minhas capacidades. Sei que tenho que trabalhar muito para poder atingir a minha meta, pois não estou habituado a obter resultados de uma forma fácil. Estou preparado para me entregar inteiramente a esta nova etapa e com isso habilitar-me ao exercício de uma actividade que exige mais qualificações, no sector do turismo, que é o que anseio. Como tal, tenho de me preparar adequadamente para essa nova actividade.

Gostei muito de todo o processo de RVCC de nível básico e de todas as pessoas que nele intervieram, tanto formadores como “alunos”. Com todos aprendi muito.

A todos eles o meu muito obrigado.

Testemunho de Manuela Costa

Frequentou o Processo de RVCC nível secundário
 
Chamo-me Manuela Costa e venho dar-vos o meu testemunho sobre o modo como decorreu a realização do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) de nível secundário, que frequentei desde Fevereiro 2009 até Julho de 2010.
Comecei este processo por vontade própria, queria aprender e valorizar-me pessoalmente, pois, acho que temos que apostar na nossa formação e aprendizagem, de modo a estarmos sempre actualizados para corresponder aos desafios constantes da sociedade.
O seu início teve vários contratempos. Deparei-me com muitas dificuldades na compreensão do Referencial de Competências-Chave, bem como na articulação do mesmo com a minha história de vida. Os formadores foram incansáveis nesse aspecto, pois tentavam de todas as formas possíveis que o percebêssemos e trabalhássemos consoante as nossas vivências, dando pistas e exemplos para que essa articulação surgisse no nosso Portefólio Reflexivo das Aprendizagens (PRA). Sempre que houvesse dúvidas eram eles que nos ajudavam com as orientações adequadas.
Reflecti sobre a minha vida, as minhas experiências, os meus conhecimentos e saberes, e fui construindo o meu Portefólio. Sabia que não seria tarefa fácil. Fui persistente e trabalhei horas e horas na pesquisa e na produção do material que me permitisse completar o meu trabalho.
Os variadíssimos temas elaborados nas áreas de competências-chave de Cidadania e Profissionalidade, Sociedade, Tecnologia e Ciência, Cultura, Língua, Comunicação, contribuíram para uma vasta aprendizagem em saberes fundamentais. Por exemplo, no aperfeiçoamento da utilização de programas do computador como o PowerPoint, que não uso diariamente.
Na minha opinião, os Centros Novas Oportunidades vieram dar uma nova oportunidade às pessoas que, como eu, não puderam por uma razão ou outra, completar os seus estudos. Recomendo a todos que queiram tomar essa decisão que o façam, porque nunca é tarde para aprender. Basta para isso despenderem algum esforço e, sobretudo, muita força de vontade, para não desistirem à primeira dificuldade.
Completei esta etapa da minha vida e vou continuar a apostar na minha formação, pois gosto imenso de aprender e saber algo mais. Temos que nos adaptar e qualificar para darmos resposta às exigências do mercado de trabalho.
Termino deixando a mensagem de que “APRENDER NÃO OCUPA LUGAR”.

Entrega de diplomas no 27º aniversário da ESPBS


Director da ESPBS, Presidente da ANQ
 e Director Regional Adjunto da Educação Norte


Eng. Manuel Oliveira, DREN

Dr. Leonel Rocha, Vereador da Educação e Desporto
 da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão

Dr. Luís Capucha, Presidente da ANQ


Aspecto do polivalente.
A boa disposição pautou a intervenção do Presidente da ANQ

Prof. José Alfredo Mendes, Director da ESPBS

No pretérito dia 5 de Novembro, em que se comemorou o 27º aniversário da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, de Joane, realizou-se no âmbito da Iniciativa Novas Oportunidades, a entrega de mais de duas centenas de diplomas aos formandos que concluíram o nível básico e secundário de educação através do Processo de RVCC (reconhecimento, validação e certificação de competências), Cursos EFA (educação e formação de adultos) e Vias de Conclusão de Nível Secundário de Educação (Decreto-Lei 357/2007, para adultos com algumas disciplinas não concluídas).
Abriu a cerimónia o Director da Escola e do Centro Novas Oportunidades, José Alfredo Mendes, que destacou o empenho dos formandos e defendeu que a escola não está apenas direccionada para responder às necessidades formativas dos jovens, mas também dos adultos. Defendeu que a formação é uma das principais armas para enfrentar as dificuldades que uma boa parte dos activos desempregados estão a sentir e que ninguém pode baixar os braços, neste projecto que visa aumentar as competências e a empregabilidade dos menos qualificados.
Após a entrega individual do documento em mãos pelos representantes das diversas entidades presentes: Luís Capucha, Presidente da ANQ, Manuel Oliveira, Director Regional Adjunto da Educação Norte; Leonel Rocha, Vereador de Educação e Desporto da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, entre outros. Nas suas intervenções foram proferidas palavras de apreço e de incentivo para a continuidade da procura de mais escolaridade/qualificação por parte de todos os adultos que dela necessitem.
Esta cerimónia ficou, contudo, marcada pelo testemunho de cinco adultos que frequentaram o processo de RVCC de nível básico e secundário. Integrados num curto filme com os momentos mais significativos do CNO e da ESPBS, estes testemunhos foram muito aplaudidos no final do seu visionamento pelos presentes, o que reflecte o reconhecimento pelo trabalho efectuado pelos adultos e pela equipa pedagógica que os acompanhou.
A adulta Manuela Costa, frisou que a decisão de frequentar o processo de RVCC de nível secundário foi sua, na medida em que “queria aprender e valorizar-me pessoalmente”. Na sua opinião os CNO “vieram dar uma nova oportunidade às pessoas que… por uma razão ou outra, completar os seus estudos”. Afirmou que iria continuar a apostar na sua formação, pois gosta “imenso de aprender e saber algo mais”.
Por seu lado, o adulto Manuel Sousa, que frequentou o processo de RVCC de nível básico, mas que já se encontra a frequentar o mesmo percurso no secundário, declarou que o “regresso à escola” foi um desafio às suas capacidades, que foi e é “uma forma de poder mostrar os conhecimentos adquiridos com a experiência da vida” e que tem incentivado as pessoas com quem convive a adquirirem mais qualificações.
Desde a sua abertura em Março de 2008, o CNO regista até ao momento cerca de 2335 inscrições, 984 no nível básico, 1274 no nível secundário e 77 no nível profissional (para aqueles que já possuem o 12º ano e que pretendem frequentarem a vertente profissional de um Curso EFA ou Formações Modulares Certificadas), sendo que até ao momento já obtiveram uma certificação 526 dos adultos, predominantemente no ensino básico.
Os dados apresentados atestam a importância que o Centro adquiriu para o desenvolvimento local e regional, contribuindo assim para dar uma nova oportunidade a todos aqueles que por diversas razões deixaram os seus estudos e pretendem agora elevar as suas qualificações, bem como realizar-se pessoal e profissionalmente.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um livro que eu li... II


Nome: José Paulo de Castro Araújo
Grupo: 10/2010 NB

Autor: Miguel Torga
Obra: Novos Contos da Montanha
Ano de publicação: 1944
Editora: Leya

Sinopse
O livro contém vinte e dois contos. O seu autor fala-nos de um povo muito pobre que vivia praticamente do que a terra lhe dava. Estas histórias são vividas por pessoas que formam a memória da infância e da adolescência de Miguel Torga. Nos Novos Contos da Montanha quase tudo fazia falta, desde a alimentação, educação até à saúde. Embora esse povo estivesse habituado a isso, tinha que fazer pela vida. O autor tenta mostrar-nos uma realidade da qual tentamos fugir: a miséria, a doença, a discriminação. Aqui as pessoas aprendem com a própria vida e seguem os princípios morais nos quais acreditam, embora nem sempre sejam os correctos. Pela leitura do livro, pude lembrar-me de coisas que os meus pais contavam a respeito dos meus avós e de outras pessoas da sua geração. Estes contos não só poderiam ter-se passado naquela montanha, mas também em qualquer parte do país ou do mundo. Antigamente, a miséria era muita, o povo vivia praticamente do que a terra lhes dava. Os ricos eram cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Este livro põe-nos a reflectir na triste realidade vivida por aquele povo e podemos constatar que hoje em dia, apesar de haver melhores condições de vida, continua a haver muitas diferenças entre o povo.

Apreciação
Gostei muito de ler este livro, de reviver as situações como o autor as relata, lamentando a pobreza de outros tempos, embora hoje em dia a pobreza ainda exista, pois a distância entre os ricos e pobres está cada vez maior. Na minha opinião, este escritor é muito bom, chegou a ganhar muitos prémios e bem merecidos!
Miguel Torga
Citação
“Na tua ideia o que se escreve como, por exemplo, estas histórias, é para te regalar e se possível for, comover.” (p.8) Quando li esta frase na capa do livro, nunca imaginei o que tão real ia ler! Quando o iniciei, é que pude entender tudo o que a mesma frase continha.

Um livro que eu li... I


NOME: Rui Manuel Soares dos Reis
Grupo: 14/2009 NB
Data:  12/10/2010
Autor: Vergílio Ferreira
Obra: A Estrela
Ano de publicação: 2003
Editora: Bertrand Editora

Capa
O que mais realça na capa é o título e o autor, o que para mim está mal, podia estar em tamanho mais pequeno. A imagem que está na capa tem pouca cor e, ao mesmo tempo, está sem realce.

Informações sobre o autor
Vergílio Ferreira (1916-1996) nasceu em Melo - Serra da Estrela e faleceu em Lisboa. Frequentou o seminário do Fundão (1926-1932) e licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1940). A par do trabalho da escrita foi professor de Português e Latim em várias escolas do país. É considerado um dos mais importantes romancistas portugueses do século XX.

Sinopse
O conto fala de um menino que se chamava Pedro. Pedro, durante a noite, sobe à torre da Igreja, rouba uma estrela do céu e a leva para a casa. Pedro fica desiludido, porque durante o dia a estrela não brilhava com a mesma intensidade. Os pais apercebem-se que o Pedro andava triste, mas não sabiam a razão. Perguntaram-lhe várias vezes a razão da sua tristeza, mas o Pedro não quis responder.
Na aldeia ninguém se apercebeu do roubo da estrela, excepto um velho, que era o único que tinha tempo para olhar para as estrelas. Era o único que não trabalhava e tinha tempo à noite!             Os outros dormiam para irem trabalhar de dia. O velho começou a gritar e a dizer que roubaram a estrela mais bonita que havia no céu, mas toda a aldeia dizia: “É mais estrela, menos estrela”, excepto o governador que devia uns favores ao velho. Então, o governador propôs ao velho que se descobrisse o autor do furto.
Pintura de Vergílio Ferreira
A aldeia ficou admirada com a atitude do governador, porque tinham roubado outras coisas na aldeia e não tinha ficado tão preocupado. Entretanto, a mãe descobre a estrela no quarto, pega nela, queima as mãos e atira-a pela janela. Foi assim que a aldeia ficou a saber quem a tinha roubado. O governador para saber se era a estrela que tinham roubado sugeriu à meia-noite colocá-la no sítio. Foi então que o pai do Pedro disse em voz alta:
- Foi o meu filho que a tirou. Vai ser o meu filho a colocá-la.
O Pedro sobe pelas escadas da igreja e coloca a estrela no céu, onde realmente era o sítio dela e donde nunca devia ter saído. Ao descer, o Pedro escorrega, caí e morre. A estrela ainda lá está e toda a aldeia a conhece.