sábado, 12 de março de 2011

Um livro que eu li... A criança que não queria falar - Torey Hayden

O livro que eu li é uma história verídica, bastante comovente, da relação entre uma professora, a autora do livro, e uma criança de seis anos com perturbações mentais e emocionais (sua aluna). Sheila é uma menina que foi abandonada pela mãe e entregue ao cuidado do pai alcoólico e, mais tarde, de um tio que a maltratava e violentava.
É uma história que serve de inspiração para todos nós que lidamos com crianças. À medida que a história se desenrola, vemos que Sheila é uma criança agressiva e emocionalmente transtornada, considerada uma ameaça para todos os outros. Apercebemo-nos também como o amor incondicional da professora consegue quebrar as barreiras criadas pela própria criança. Sheila dá entrada na sala de aula de Torey que tem a seu cargo outras crianças com vários problemas e, a partir desse ponto, dá-se o início de uma relação tocante que irá gerar fortes laços de afecto, carinho e grande amor entre ambas.
É o início de uma batalha duramente travada entre esta criança solitária e a ambição da sua professora/educadora em fazê-la desabrochar para uma vida nova de descobertas, amor, alegrias e outros sentimentos.
Considero que todas as crianças precisam de muito amor, carinho, compreensão e ajuda, que era o que Sheila nunca teve da mãe que a abandonou, do pai que estava sempre embriagado e do tio que a maltratava e abusava.
Amemos as crianças, porque elas são o melhor do mundo!

Torey Hayden na Feira do Livro de Lisboa de 2009

Uma passagem do livro que muito apreciei foi esta:

“Na hora da despedida
-Lembra-te que me cativaste. -Sorri. -És responsável por mim. Isso significa que nunca esqueceremos que nos amamos.


A Torey com muito “Amor”

Todos os outros vieram, tentaram fazer-me rir
Brincaram comigo
Algumas vezes para rir e outras a sério
E depois partiram
Abandonando-me nas ruínas das brincadeiras
E eu não sabia quais eram a sério e
Quais eram para rir e vi-me sozinha com ecos de risos
Que não eram os meus.
E depois chegaste tu
Com os teus modos estranhos
Nem sempre humanos
E fizeste-me chorar
E não pareceste importar-te que chorasse
Disseste que as brincadeiras tinham acabado
E esperaste
Até que as minhas lágrimas
Se transformassem
Em alegria.”


Maria Aurora da Silva Oliveira, grupo 14/2010, RVCC de nível básico.

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